Índice
Existem filmes que, apesar de serem voltados para o público infantil, conseguem tocar o coração dos adultos de uma forma tão profunda que é impossível segurar as lágrimas. Sabe aquele tipo de filme que te faz repensar a vida, mesmo que o protagonista seja um personagem animado ou um garoto com uma imaginação fértil? Pois é, esse é o poder dos “filmes de criança que fazem adulto chorar”. Vamos explorar seis desses clássicos emocionantes que vão te levar às lágrimas, de um jeito bom, é claro.Você pode aprender sobre os filmes apresentados abaixo no YouCine.
Up: Altas Aventuras
“Up: Altas Aventuras” é aquele filme que faz a gente repensar o conceito de ‘ficar em casa’. A jornada de Carl Fredricksen, um velhinho rabugento com mais balões que paciência, é um lembrete de que a vida pode nos surpreender a qualquer momento, mesmo quando estamos a um passo de virar uma lenda viva do clube de bingo.
Tudo começa com Carl, que, após perder sua amada esposa Ellie, decide finalmente realizar o sonho que ambos compartilharam: viajar para as Cataratas do Paraíso, na América do Sul. Mas como Carl não é de seguir o caminho convencional – e quem pode culpá-lo? –, ele opta por transformar sua casa em uma nave movida a balões. Sim, balões. Nada de passagens de avião ou ônibus interestadual; aqui o combustível é gás hélio e saudade.
O problema é que Carl, no auge da sua vontade de ficar sozinho, acaba levando junto um passageiro inesperado: Russell, um escoteiro que não passa de uma criança, mas que tem mais coragem no dedão do pé do que muitos adultos por aí. E aí, amigos, começa uma das mais improváveis duplas do cinema, que vai enfrentar cachorros falantes, pássaros gigantes e um vilão que parece saído de um daqueles filmes antigos de matinê.
Mas “Up: Altas Aventuras” não é só sobre balões coloridos ou pássaros raros. É uma reflexão profunda – com aquela pitada de humor que só a Pixar sabe dosar – sobre o que realmente significa viver. Carl, em sua busca pelo grande sonho de Ellie, acaba descobrindo que o verdadeiro tesouro não estava nas cataratas, mas nas pequenas aventuras cotidianas que ele compartilhou com ela ao longo da vida. Russell, por outro lado, nos lembra que a inocência e a bondade ainda são as maiores forças do universo, capazes de derreter até os corações mais endurecidos.
Viva: A Vida é uma Festa
O protagonista, o jovem Miguel, tem uma alma inquieta e um sonho grande: ele quer ser músico. Mas, ironicamente, a melodia que flui em suas veias é vista como maldição por sua família, que baniu qualquer som de guitarra, violão ou qualquer coisa que produza música. A razão? Um passado familiar cheio de mágoas e notas desafinadas, onde a música foi a vilã que partiu corações e separou destinos.
Mas Miguel, teimoso como só um sonhador pode ser, não aceita o silêncio como resposta. Ele desafia as leis da física e do além, e acaba na Terra dos Mortos – um lugar onde os esqueletos dançam, cantam e celebram o que a vida deixou para trás. Ali, entre caveiras sorridentes e almas que não descansam, ele descobre que a verdadeira música não vem de cordas, mas sim das conexões humanas e das memórias que jamais devem ser esquecidas.
Em meio a aventuras e reviravoltas, Miguel percebe que o som mais bonito é aquele que ressoa no coração, e que as verdadeiras raízes da nossa existência estão nos laços que tecemos com aqueles que amamos, vivos ou mortos. O filme, com toda sua pompa e circunstância, nos lembra que a morte não é o fim, mas um novo começo, uma nova dança em um salão iluminado pelas lembranças daqueles que ainda nos guardam na memória.
Soul
“Soul” nos apresenta Joe Gardner, um professor de música que vive com a cabeça nas nuvens e os pés na partitura. Ele sempre sonhou em ser um grande músico de jazz, mas, como a vida adora pregar peças, justo quando ele finalmente consegue uma oportunidade, ploft! Ele cai em um bueiro e vai parar no “Grande Antes”, um lugar onde as almas ganham personalidade antes de irem para a Terra. É aí que começa a verdadeira aventura.
Joe, determinado a voltar para seu corpo e realizar seu sonho, acaba conhecendo 22, uma alma que não quer de jeito nenhum descer para a Terra. E quem pode culpá-la? O mundo, visto do “Grande Antes”, parece mais complicado que resolver uma equação sem calculadora. Mas, como toda boa dupla dinâmica, Joe e 22 embarcam em uma jornada cheia de descobertas, risos e algumas reviravoltas que fariam qualquer um repensar o significado de viver.
“Soul” não é só sobre música, embora a trilha sonora seja digna de um Grammy. É sobre encontrar a melodia da vida nos pequenos detalhes do cotidiano. Joe percebe que, enquanto estava ocupado buscando seu grande momento de glória, ele deixou passar as pequenas notas que realmente compõem a sinfonia da existência. Afinal, viver não é apenas atingir os altos agudos, mas apreciar cada acorde, por mais simples que seja.
A Viagem de Chihiro
“A Viagem de Chihiro” é aquele tipo de filme que te leva para um passeio por uma estrada que você nem sabia que existia. Quando você acha que está indo para a casa nova, acaba se encontrando em um mundo cheio de espíritos, deuses e… porcos? Sim, porcos! E não são daqueles fofinhos que você vê em fazendas, mas sim os pais da própria Chihiro, que, de uma hora para outra, se transformam em suínos depois de uma refeição exageradamente suspeita.
No meio dessa confusão toda, Chihiro, uma garotinha comum e um tanto quanto teimosa, precisa arregaçar as mangas, e começar a trabalhar em um banho público que serve de hotel cinco estrelas para as criaturas mais estranhas que você já viu. Imagine só, limpar banheiras gigantescas para espíritos mal-humorados enquanto tenta descobrir como reverter seus pais ao formato humano. Não é exatamente o que se espera de uma viagem de férias, mas Chihiro não tem muita escolha.
No entanto, “A Viagem de Chihiro” não é apenas sobre trabalho pesado e cheiros duvidosos. A verdadeira mágica do filme está no crescimento de Chihiro, que de uma criança assustada e dependente, se transforma em uma jovem corajosa e determinada. Ela faz amigos inesperados, como o misterioso Haku, um garoto que tem o talento de ser tanto amigável quanto enigmático, e No-Face, uma figura que parece saída diretamente de um pesadelo, mas que no fundo só quer um pouco de atenção e aceitação.
O interessante é que, enquanto Chihiro navega por esse mundo bizarro, ela vai descobrindo que nem tudo é o que parece. Os vilões nem sempre são tão malvados assim, e os amigos às vezes têm mais camadas do que uma cebola. E claro, há a temível Yubaba, a chefe do banho público, que com sua cabeça gigantesca e um humor afiado como uma faca, comanda o lugar com mãos de ferro (e alguns feitiços de vez em quando).
No final, “A Viagem de Chihiro” é uma história sobre amadurecimento, coragem e a importância de lembrar quem você é, mesmo quando tudo ao seu redor parece estranho e incontrolável. É uma lição de que, às vezes, para encontrar o caminho de volta para casa, precisamos primeiro nos perder em um mundo completamente novo.
Divertida Mente 2
“Divertida Mente 2” chegou para mostrar que a montanha-russa emocional da adolescência é muito mais radical do que qualquer parque de diversões poderia oferecer. Se você pensava que a vida de Riley já era complicada com Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho no comando, prepare-se para a chegada de novos passageiros nesta viagem maluca: Ansiedade, Inveja, Embaraço e Desânimo.
A trama de “Divertida Mente 2” nos leva dois anos após a mudança de Riley para San Francisco, agora com 13 anos e enfrentando o maravilhoso caos que é a puberdade. Quando Riley é convidada para um acampamento de hóquei, o “Alarme da Puberdade” dispara, e as novas emoções aparecem para bagunçar o já tumultuado Quartel General das emoções.
Alegria, com sua insistência em manter o “Sentido de Si” de Riley preenchido com memórias felizes, não esperava que Ansiedade, com seu jeito paranoico, começasse a dar as ordens. E, claro, Ansiedade acha que Riley precisa mudar para se encaixar. É nesse clima de tensão que Riley acaba se desentendendo com suas melhores amigas e até arranja encrenca com a diretora do acampamento.
Mas como sempre, a Pixar nos ensina que a vida é um misto de altos e baixos, e que não dá para ter um “Sentido de Si” saudável sem um pouco de tristeza, uma pitada de embaraço e até alguns momentos de desânimo. No final das contas, “Divertida Mente 2” nos mostra que crescer é mesmo complicado, mas também nos faz rir, chorar e perceber que, no fundo, todos nós temos um pequeno Quartel General dentro de nossas cabeças, tentando entender o que diabos está acontecendo.
Então, se você acha que suas emoções estão um pouco fora de controle, talvez seja hora de conferir “Divertida Mente 2” e ver como Riley e suas emoções conseguem dar um jeito em tudo isso – ou quase.
Ponte para Terabítia
“Ponte para Terabítia” é aquele filme que te leva de volta à infância, onde uma caixa de papelão podia ser um castelo e uma poça d’água, um oceano perigoso. Mas, ao contrário dos outros filmes sobre amizade e fantasia, este aqui tem um quê de melancolia que toca profundamente.
A história gira em torno de Jess e Leslie, dois jovens que, apesar de suas diferenças, encontram em “Terabítia” um refúgio perfeito para escapar das dificuldades da vida real. Jess, um garoto com uma paixão por desenhar, e Leslie, a nova garota cheia de imaginação e histórias fantásticas, criam juntos esse reino secreto no meio da floresta, acessível apenas através de uma velha corda que balança sobre um riacho. Em Terabítia, eles são reis e rainhas, enfrentando criaturas imaginárias e superando obstáculos que refletem, de forma simbólica, os desafios que encontram no mundo real.
Mas como a vida nem sempre é feita só de finais felizes, “Ponte para Terabítia” nos apresenta uma virada devastadora. Quando Leslie tenta chegar ao reino sozinha, a corda se rompe, e ela se afoga no riacho, deixando Jess perdido entre a dor da perda e a dura realidade. Este não é apenas o ponto de virada do filme, mas também um momento de amadurecimento forçado para Jess, que precisa encontrar uma maneira de lidar com sua tristeza e manter vivo o espírito de Terabítia.
No final, Jess decide honrar a memória de Leslie, reconstruindo a ponte para Terabítia e levando sua irmã mais nova, May Belle, para compartilhar aquele mundo mágico.
Conclusão
Esses filmes são mais do que entretenimento infantil; eles são lições de vida embrulhadas em animações coloridas e histórias tocantes. Cada um deles nos lembra que, não importa a idade, todos temos uma criança interior que sente, chora e, acima de tudo, aprende com essas pequenas obras-primas do cinema. Portanto, da próxima vez que você quiser um filme para assistir em família, lembre-se: o coração de adulto também precisa de um toque de emoção infantil.